O VALE DO RIBEIRA
1
- Aspectos Gerais
A Região
do Vale do Ribeira no Estado do Paraná é composta
pelos municípios de Adrianópolis, Bocaiúva
do Sul, Cerro Azul, Doutor Ulysses, Itaperuçú, Rio
Branco do Sul e Tunas do Paraná, sendo a maior concentração
dos habitantes na área rural, com exceção de
Itaperuçú e Rio Branco do Sul, que se aglomeram na
área urbana.
A densidade populacional média da região é
relativamente baixa com 139,89 hab./Km².
Os
municípios da região tem suas economias atreladas
à agricultura familiar, a extração mineral
e vegetal e animal , formando assim aglomerações rurais
com grande potencial à se desenvolver. Esse desenvolvimento
está vinculado à distância das cidades que fazem
parte do Vale do Ribeira à Capital do Estado (Curitiba),
e à conclusão da pavimentação da BR
476 e manutenção das estradas vicinais que irão
facilitar o escoamento da produção da região.
Na
região, a renda familiar baixa e a falta de perspectivas
e de oportunidades de negócios, vem favorecendo o aparecimento
de bolsões de pobreza, tanto na área rural quanto
na urbana.
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Fluxo Migratório
|
1980 |
1990 |
2000 |
2005 |
2010 |
Adrianópolis |
11.096 |
8.935 |
7.006 |
4.866 |
3.803 |
Bocaiúva
do Sul |
12.119 |
10.657 |
9.047 |
9.691 |
10.073 |
Cerro
Azul |
20.003 |
21.073 |
16.345 |
18.283 |
18.474 |
Doutor
Ulysses |
|
|
5.984 |
6.989 |
7.569 |
Itaperuçú |
|
|
19.139 |
29.273 |
37.542 |
Rio
Branco do Sul |
31.767 |
38.296 |
29.321 |
20.695 |
18.864 |
Tunas
do Paraná |
|
|
3.615 |
4.766 |
5.535 |
Fonte IBGE 2000
Conforme
o quadro acima , a partir de 1980 a 2000, podemos observar um contigente
elevado de migração destas populações.
Os municípios do Vale do Ribeira vem apresentando uma perda
populacional crescente para outros centros urbanos, devido a falta
de infra-estrutura básica, falta de oportunidades de emprego
e de ocupação da mão-de-obra como fonte geradora
de renda , garantindo-lhes melhor qualidade de vida.
Observa-se na projeção para 2005/2010, que em alguns
municípios como Adrianópolis e Rio Branco do Sul,
a tendência é de diminuição populacional
acentuada, conforme informações do IBGE e IPARDES.
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2
- Caracterização do meio físico
2.1
- Geologia e geomorfologia
Quanto
as caracteristicas do meio físico, a região apresenta-se
em grande parte do seu território, sobre um relevo ondulado
e montanhoso com grandes desníveis altimétricos..
Os terrenos da região estão assentados predominantemente
sobre rochas calcárias, com alto poder de dissolução,
sendo comum nessas áreas a presença de dolinas, sumidouros
e cavernas, típicas de terrenos cársticos.
Ocorrem muitas lavras (pedreiras) que exploram as rochas calcáreas,
(dolomíticas) para fabricação de cal e como
corretivo de solo e as calcíticas empregadas principalmente
para fabricação de cimento. Sendo estas rochas o bem
mineral mais importante da região.
2.2 - Hidrografia
A
região possui uma rede hidrografica bastante densa que vai
em direção ao Oceano Atlantico pelo Rio Ribeira do
Iguape. Esta rede hidrografica forma rios encaixados e movimentados,
produzindo um cenário típico da região. Na
região proxima ao núcleo urbanos da região
metropolitana de Curitiba, encontra-se as nascentes dos principais
rios formadores do Rio Ribeira, como o Capivari e o Rio Açungui.
Estas nascentes estão localizadas nos municipios de Colombo,
Campo Magro, Almirante Tamandaré, Campo Largo e Rio Branco
do Sul. Estes rios estão outorgados o seu uso para a produção
de energia e ao abastecimento urbano. Ao mesmo tempo , de acordo
com a legislação Estadual dos Recursos Hidricos, parte
desta região está incluída na Bacia Hidrografica
do Alto Iguaçu e Alto Ribeira, para fins de planejamento
e de uma ação integrada.
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2.3
- Vegetação
Entendemos que o conjunto da formação vegetal é
produto do material de origem das condições climáticas.
Devido a regíão apresentar climas diferenciados que
caracteriza-se nas porções mais baixas sob um regime
tropical produz uma formação florestal típica
da mata Atlantica. Esta formação ocorre nos grandes
vales dos rios Ribeira, Açungui e Ponta Grossa. Nas regiões
de maior altitude, acima de 600m, caracterizam-se por apresentarem
uma formação florestal de transição,
com predomínio de espécies de bracatinga, e tendo
nas altitudes superiores uma formação típica
das florestas de Araucária.
Devido ao relevo acidentado, com grandes desníveis altimétricos,
encontra-se ainda remanescentes florestais preservados, com representantes
da fauna típica da região.
2.4
- Clima
A região apresenta um clima tropical quente na região
de Adrianópolis, Dr. Ulisses e Cerro Azul. Esta situação
climática de altas temperaturas no verão, temperaturas
amenas no outono e inverno, altas precipitações, é
característicos das cidades de Cerro Azul e Adrianópolis.
Quando ocorre o aumento da altitude mais proximas as cidades de
Bocaiúva do Sul, Itaperuçu, Rio Branco do Sul e Tunas
do Paraná, o clima se torna mais amenos e caracterizando
por ter geadas pouco frequentes e chuvas distribuídas no
decorrer do ano principalmente nos meses de verão, denominado
clima subtropical úmido. Sendo a temperatura média
da região em torno de 18o C.
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2.5
Infraestrutura
Estas
mesmas condições naturais produz uma influencia na
infraestrutura da região. As estradas são sinuosas
e de difícil manutenção. A região é
servida pela Rodovia Federal BR 476 , que no sentido Norte e Sul
liga a Capital a Adrianópolis. Esta encontra-se em processo
de pavimentação asfalticas tendo neste momento em
torno de 65 quilometros já pavimentada, restando em torno
de 42 KM para a cidade de Adrianopolis. Neste mesmo sentido, a Rodovia
Estadual PR 092 que liga a Cidade de Curitiba a Cerro Azul e a Dr
Ulisses, encontra-se com pavimento natural. Esta estrada também
encontra-se em pavimentação asfaltica que ligará
a Capital a Cerro azul. Esta estrutura viária será
um facilitador dos processos de desenvolvimento . As estradas municipais,
são bastante intensa e de dificil manutenção
pela carencias estruturais das Prefeituras Municipais. A região
é dotada de comuniciações telefonicas e não
existe meios de comunicação de massa local. A estrutura
de educação e saúde são serviços
publicos municipalizados.
3 - Uso do Solo
O processo de ocupação da região para fins
agrícolas remonta-se ao início do século. Porém
as condições naturais, determinaram um processo econômico
onde a agricultura se caracteriza por ser um sistema econômico
baseado em idéias extrativistas. Podemos caracterizar a região
em três grandes sistemas:
A
- Sistema Economico da Fruticultura - que se baseia na fruticultura
tropical, explorada pelas culturas cítricas da tangerina
e da laranja. Este modelo está centrado na região
de Cerro Azul com pequenas influencias nos municípios de
Itaperussu, Rio Branco do Sul e Dr. Ulisses. Este sistema de produção
possui uma variação de rentabilidade economica variável.
A produção é orientada para o mercado de Curitiba
e de São Paulo. Os frutos apresenta uma baixa qualidade,
que interfere na remuneração aso agricultores.
B
- Sistema Agroflorestal da Bracatinga - esta espécie
florestal possui uma abrangência nos municipios de Bocaiuva,
Tunas, Rio Branco e Colombo. Esta espécie se destina a produção
de lenha e de estaca para a construção civil. O manejo
deste sistema agroflorestal, permite uma rentabilidade com uma exploração
complementar, com a cultura do milho e da apicultura. Nesta mesma
região, registra-se a exploração de Pinus,
atividade madeireira voltada para indústria, que receberam
incentivos fiscais na década de 70 e 80 e que se apresentam
em épocas de manejo florestal.
C - Sistema Produção de Leite - este sistema
está baseado na região de Adrianopolis,
nos vales do rio Ribeira e seus afluentes. Esta produção
destina-se ao sistema cooperativo e prioriza o abastecimento da
região metropolitana de Curitiba.
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4 - Potencial Turístico
Diante
das características naturais apresentadas, evidencia-se o
potencial turístico do Vale do Ribeira com tendências
ao Turismo em Áreas Naturais. Este tipo de turismo subdivide-se
em várias modalidades como o Ecoturismo, Turismo de Aventura,
o Turismo Rural e o Turismo Cultural.
A diversidade
climática, a formação do solo calcário,
a rica hidrografia e as áreas preservadas abrem um leque
de opções ao Ecoturismo: espeleoturismo (visitas a
cavernas/grutas), caminhadas, trekking e ciclismo aos atrativos
naturais, pesca, bem como, programas alternativos de cuidados com
o corpo e mente.
A prática
do Turismo de Aventura encontra amplo espaço no relevo ondulado
e montanhoso com grandes desníveis, que propicia escaladas,
rapel, vôos livres, cannoing (escaladas em quedas d'água),
rafting (descer corredeiras em botes infláveis), entre outras
atividades.
Aliado
aos recursos naturais, as características predominantemente
rurais da população, possibilitam a exploração
do Turismo Rural em propriedades de agricultura familiar, onde o
visitante tem a oportunidade de conhecer as atividades típicas
do trabalho no campo, a cultura local (com seu artesanato, festas,
arquitetura) e principalmente a gastronomia, que além de
ser um atrativo também é um serviço necessário.
O desenvolvimento do turismo na região é uma alternativa
para seu crescimento sustentável, capaz de gerar renda para
as populações e tornar-se um mecanismo de proteção
e gestão dos seus recursos naturais.
Considerações
Até
este momento, os trabalhos desenvolvidos estavam sendo orientados
pelas idéias da municipalização do turismo
. Assim em varios municípios existem algumas formas de trabalhos
que serão engajados e contemplados pelo processo que seja
necessário a implantar.
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